Período presidencial - O governo Afonso Pena opôs resistência à continuidade da política de valorização do café estabelecida no Convênio de Taubaté. Diante dessa resistência do governo federal e dos demais estados à concretização dos itens desse acordo, o governo do estado de São Paulo, apostando na estratégia de valorização do café, obteve empréstimos em bancos e casas exportadora estrangeiras, alem de conseguir que a União fosse fiadora de um novo empréstimo, viabilizando o financiamento da compra de cerca de oito milhões de sacas de café, quase a metade do total da safra brasileira. Em face do descontentamento dos demais produtores brasileiros, como os de Minas Gerais e da Bahia, Afonso Pena determinou que o Banco do Brasil adquirisse as safras dos cafeicultores, sendo esta a primeira intervenção estatal para a defesa de um produto. A implementação da política de valorização do café ajudou a saldar os compromissos externos e se obter um imenso lucro, revelando o sucesso da primeira iniciativa governamental no comércio.
Afonso Pena deu continuidade ao programa iniciado por seu antecessor, Rodrigues Alves, de reaparelhamento das ferrovias e dos portos, e implementou a reorganização do Exército, sob a supervisão do ministro da Guerra, general Hermes da Fonseca. Durante seu governo, também disponibilizou os recursos necessários, em 1907, para que Cândido Rondon realizasse a ligação do Rio de Janeiro à Amazônia pelo fio telegráfico.
O Brasil e o mundo - Em 1906, os anarquistas criaram a Conferência Operária Brasileira. Foram abertas no país 31 salas de exibição de filmes e inaugurado o Cinematógrafo Pathé, na nova avenida Central, no Rio de Janeiro, atraindo a população carioca que lotava as suas sessões. Nesse ano foram anunciados ao mundo novas invenções: o francês Eugène Lauste patenteou o processo de filmes sonoros para cinema; o professor alemão Arthur Korn realizou a primeira transmissão de telefotos e o canadense Reginald Aubrey Fessenden transmitiu a primeira emissão radiofônica. Na capital federal, em 11 de agosto de 1908, foi inaugurada a Exposição Nacional, comemorando oficialmente o centenário da Abertura dos Portos, com pavilhões e estandes para exibir a produção econômica brasileira. O conjunto arquitetônico montado para o evento oferecia ainda aos seus visitantes restaurantes, teatros, salas de cinema e uma linha férrea para transporte no interior da exposição. Em 29 de setembro, o Brasil perdeu um dos cidadãos mais ilustres, com o falecimento do escritor Machado de Assis, autor de Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, entre outras obras, e fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
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